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O CARA QUE VIU QUE SÓ TINHA UMA ÚNICA BALA

Meu nome é Marcos Alves, tenho 22 anos de idade, sou formado em gestão de RH e atualmente estou fazendo bacharel em administração. Larguei meu emprego seguro em uma empresa bacana para viver o sonho de ser um escritor e ainda não estou passando fome.

 

Comecei a escrever histórias quase na mesma época que passei a ler livros sem figuras. Enchi meus cadernos dados pelo governo com meus escritos. Desde então, apesar das longas pausas, nunca parei de escrever.

Mesmo com essa aspiração, aos 19 anos me tornei um auxiliar administrativo dentro de um pronto socorro em um dos melhores hospitais particulares de São Paulo. Fui o cara que ficava na recepção da emergência dizendo “desculpe senhor, nós não atendemos o seu convênio aqui”. Ou pior: “seu convênio não cobre ultrassonografia com Doppler e cobraremos este exame a parte”. Era um ambiente estressante, com pessoas gemendo de dor, acompanhantes zangados e tudo precisava ser feito de imediato.

 

Aos 21 anos de idade, estava morando com meus pais, não tinha namorada, não tinha dívidas, dependentes ou qualquer tipo de responsabilidade financeira. Me veio a mente que talvez essa fosse a última oportunidade na vida em que eu poderia JOGAR TUDO PARA O ALTO sem medo de perder tudo (até porque eu mal tinha alguma coisa).

Eu gastava tanta energia fazendo serviços chatos com uma habilidade razoável que decidi focar minha energia fazendo algo que amo – e no qual sou bom. Em cerca de um ano, juntei dinheiro, escrevi um novo livro e, finalmente, pedi demissão.

 

Publiquei meu livro Crônicas de uma Roleta Russa em 24 de Julho de 2015 e completei 22 anos precisamente um mês depois. Só nesse primeiro período, vendi 50 livros (de 100 impressos). Criei meu próprio site e página no Facebook, paguei por uma boa conversão para e-book, gravei vídeos de divulgação e imprimi cartões para contato. Atualmente estou visitando escolas para dar palestras e bate-papos como escritor, versando sobre empreendedorismo, literatura e motivação. Tudo com o fim de divulgar e comercializar minha obra.

Todos me dizem “é difícil viver como escritor no Brasil” e confesso que esta frase negativa está começando a me injuriar ao ser repetida tantas vezes. É difícil, sim, viver sendo um escritor, mas trabalhar em um pronto socorro também era difícil, trabalhar é assim mesmo. Pode até ser que eu não consiga sobreviver por muito tempo nessa rotina, mas nunca poderei me arrepender de não ter me dedicado com todas as forças para realizar meu projeto pessoal.

 

Um dia desses fui em uma festa onde estavam alguns leitores de meu livro. Nisso, uma senhora me puxa de lado na festa e começa a me elogiar. Me diz que já leu meu livro 3 vezes e está relendo mais uma vez. Fala como se identificou com cada um dos personagens, descreve como se sentiu nas passagens mais tensas da história. Nesse momento, meus olhos lacrimejaram. Aquela mulher mostrou uma série de significados que encontrou na obra e me fez ver coisas novas em meu próprio livro. Por último, ela colocou um sorriso que se impregnou em meu rosto ao dizer “a minha adolescência foi tão triste, eu queria ter lido esse livro quando eu era mais nova. Você precisa passar a mensagem desse livro adiante”. Ali, vi que cativei um leitor em um nível profundo. Isso não tem preço. Todo o meu esforço valeu a pena.

 

Na primeira palestra que dei em uma escola, os alunos de ensino médio ficaram quietos me escutando – sim, por mais incrível que pareça os alunos de ensino médio realmente prestam atenção em algo. Estavam sinceramente interessados. Ao fim, me aplaudiram. Após a palestra fizemos uma roda onde alunos podiam me fazer perguntas e eles não pararam de fazer perguntas, chegaram ao ponto de interromper uns aos outros com questionamentos. Estavam sedentos para saber quais eram meus livros, filmes, séries e HQ’s preferidas. Distribui cartões com os links para contato. No final da apresentação, algumas garotas simplesmente me pediram para eu autografar os cartões delas porque elas não tinham o livro, mas já queriam o meu autógrafo.

 

Durante aquela palestra, eles não estavam querendo ler nenhum best-seller americano. Desejavam ler o meu livro. Você não ser alguém famoso não te impede de cativar os outros, muito menos de realizar um ótimo trabalho… Não me impediram. Trabalhar se tornou um prazer.

 

Aliás, meu livro fala exatamente sobre quatro pessoas que não se conhecem jogando uma roleta russa e as memórias que esses quatro jogadores têm de suas  vidas. Toda vez que eles apontam o revólver para as próprias cabeças, sentem-se próximos da morte. Nessa história, cheia de dilemas morais e questionamentos sobre a morte, nasce uma mensagem falando de como a vida é extremamente valiosa. Eu gostaria muito que você que está lendo este texto lesse o meu livro e tirasse suas próprias conclusões, contudo eu quero deixar a moral da história para você aqui, mastigada e de graça: quantas vezes a vida precisará passar diante dos seus olhos para você perceber que ela é preciosa e você só tem uma chance?

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